Edmilson Oliveira é o pai de Matheus, um jovem com deficiência intelectual e autismo. A notícia das piadas feitas pelo humorista Leo Lins o levou a gravar um vídeo que se viralizou nas redes sociais. Com tom direto, Edmilson afirma que a vida de seu filho não é afetada pelas piadas, mas sim pelas constantes violações de direitos por parte do Estado.
“Os problemas que meu filho enfrenta todos os dias não são piadas. São a falta de monitor na escola, as filas humilhantes para conseguir remédio, o plano de saúde que nega tratamento, e as manobras do governo para dificultar o acesso ao Benefício de Prestação Continuada”, afirma, destacando o BPC, que é um benefício para pessoas com deficiência e idosos em condições de vulnerabilidade social.
O título do vídeo é “Leo Lins não me ofende. O Estado, sim”. Edmilson critica a reação da sociedade às falas do comediante, enquanto problemas mais graves são ignorados. “As pessoas se revoltam com piadas em um ambiente fechado, onde o público vai voluntariamente. Mas não se revoltam quando o governo dificulta o acesso ao BPC para pessoas com deficiência”, diz.
Para Edmilson, associar o humor ao sofrimento real de pessoas com deficiência é desviar o foco do que realmente importa. “O que o Leo Lins faz não piora em nada a vida do meu filho. Agora, o que o governo faz, isso sim segrega, humilha, adoece, deprime e mata”, afirma.
Edmilson também critica a militância seletiva e a desinformação. “A militância virou uma doença no Brasil. Ela está cega, focada em piadas, enquanto o governo discute medidas para tornar mais rígido o acesso ao BPC. Você sabia disso?”, pergunta.
O vídeo já havia alcançado cerca de 19 mil compartilhamentos até a quarta-feira. No espaço da descrição, Edmilson escreve ironicamente: “Como pai de autista quis me pronunciar sobre todos os malefícios que o Leo Lins trouxe ao meu filho até hoje”.