Cientistas descartam existência de vida em planeta K2-18b

Cientistas descartam existência de vida em planeta K2-18b

Recentes pesquisas descartaram a existência de sinais de vida no planeta K2-18b, localizado a mais de 120 anos-luz da Terra. Em abril, três estudos independentes analisaram dados que indicavam a presença de uma molécula na atmosfera do exoplaneta, mas todos chegaram à mesma conclusão: não há provas convincentes de vida ali.

O tema ganhou destaque mundial em abril, quando astrônomos informaram a possível detecção de dimetil sulfeto na atmosfera do K2-18b. Esta molécula, na Terra, é produzida apenas por organismos vivos, principalmente por micróbios oceânicos. No entanto, o sinal detectado era muito fraco, o que levou a equipe do astrônomo Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, a realizar uma nova observação, em 2024, utilizando outro instrumento do telescópio espacial James Webb.

Análises e Controvérsia sobre a Molécula Detectada

Na segunda análise, a equipe encontrou um indicativo ainda mais forte do dimetil sulfeto, levando Madhusudhan a afirmar que havia “três chances em mil” de isso não ser uma coincidência. No entanto, Rafael Luque, da Universidade de Chicago, reconheceu a liderança de Madhusudhan no campo, mas ele e outros pesquisadores decidiram revisar os dados por conta própria.

Combinando informações de diferentes faixas do infravermelho, Luque e seus colegas não encontraram nenhuma evidência clara de dimetil sulfeto. Eles revelaram que os sinais no infravermelho médio eram mais fracos e poderiam ser confundidos com ruídos, complicando a identificação de moléculas específicas.

O astrônomo Jacob Bean, também da Universidade de Chicago, afirmou que não há nenhum sinal estatisticamente significativo nos dados publicados recentemente. Luis Welbanks, da Universidade Estadual do Arizona, analisou 90 moléculas diferentes que poderiam estar presentes na atmosfera do planeta e descobriu que 59 delas poderiam explicar o sinal observado, com o propino (um gás utilizado como combustível) sendo o candidato mais forte.

Persistência do Debate sobre Vida no Planeta K2-18b

Em resposta, Madhusudhan e sua equipe avaliaram 650 moléculas e mantiveram o dimetil sulfeto entre as mais prováveis. No entanto, Welbanks considerou que o novo estudo apenas reforçou que o dimetil sulfeto não se destaca entre outras moléculas, dizendo que “na prática, isso é uma autorrefutação”.

O debate sobre o planeta K2-18b pode ganhar novos contornos em breve. Renyu Hu, do Laboratório de Propulsão a Jato, está preparando a divulgação de resultados baseados em observações adicionais no infravermelho próximo, feitas no ano passado, com o objetivo de trazer mais dados ao estudo da atmosfera desse exoplaneta.

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