Na terça-feira, 17, a Huawei oficializou seu retorno ao mercado brasileiro de smartphones, trazendo dois modelos de alta gama com telas dobráveis e preços que chamam a atención. O Mate X6, que se abre em duas partes, chegará ao país com um preço de R$ 23 mil. Já o Mate XT Ultimate Design, um dos primeiros celulares do mundo com tela que se dobra em três partes, estará disponível por R$ 33 mil, tornando-se o smartphone mais caro do país.
O evento de lançamento foi realizado em São Paulo, onde a empresa também confirmou que abrirá sua primeira loja física no Brasil, embora tenha mantido em sigilo o endereço onde será localizada.
O comparativo de preços expõe a disparidade entre a Huawei e outros modelos de smartphones no mercado. O iPhone 16 Pro Max, com 1 TB de armazenamento, tem um preço de R$ 15,5 mil na loja oficial da Apple, menos da metade do valor cobrado pelo Mate XT.
Ambos os modelos foram lançados primeiro no mercado chinês no fim de 2024. Lá, o Mate X6 custa 13 mil yuans, equivalente a R$ 10 mil, enquanto o XT sai por 20 mil yuans, cerca de R$ 15,5 mil. A produção da empresa permanece concentrada na China, e até o momento, não há planos para abrir fábricas ou estabelecer parcerias de fabricação no Brasil.
Os preços elevados refletem a proposta de alta gama, incluindo materiais sofisticados, tecnologia de ponta, altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, custos logísticos internacionais e uma carga tributária pesada no mercado brasileiro.
Segundo Carlos Morales, diretor de Relações Institucionais da Huawei na América Latina, esses são os produtos mais caros do portfólio da companhia. “Estes são os produtos com os preços mais altos que temos”, disse. “Eles são também dois produtos que fazem coisas que nenhum outro produto no mercado brasileiro ou no mercado global oferece”.
O mercado nacional de celulares ficou mais competitivo nos últimos anos, e a estratégia da Huawei não prioriza grandes volumes de vendas no Brasil. O foco da empresa é consolidar a presença no segmento de smartphones dobráveis e reposicionar a marca no mercado.A Huawei retorna ao mercado de celulares brasileiro após um hiato que começou em 2019, quando a empresa enfrentou sanções impostas pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump. Essa medida proibiu empresas americanas de negociar com a Huawei, tirando da empresa o acesso ao Android e ao iOS.
Para contornar esse bloqueio, a Huawei desenvolveu seu próprio sistema operacional, o EMUI, que é uma versão baseada no Android e permite instalar aplicativos populares como WhatsApp, Instagram, Netflix, YouTube e Gmail. Além disso, a empresa criou sua própria loja de aplicativos, a App Gallery.
A Huawei lançou dois modelos inovadores: o Mate XT Ultimate Design e o Mate X6. O primeiro modelo impressiona com sua tela flexível, que pode ser fechada para um tamanho compacto de 6,4 polegadas e aberta para até 10,2 polegadas, praticamente o tamanho de um tablet. Sua espessura é de apenas 3,6 milímetros, a menor entre os dobráveis.
As especificações do Mate XT Ultimate Design são impressionantes, com tela de 3K, painel OLED LTPO, brilho de até 1,8 mil nits e suporte para mais de 1 bilhão de cores. A câmera principal é de 50 MP, com lente teleobjetiva e ultra-angular, além de uma câmera frontal de 8 MP. A bateria tem 5,6 mil mAh e um sistema de resfriamento inovador.
Já o Mate X6 tem dimensões ligeiramente menores, com tela externa de 6,45 polegadas e interna de 7,93 polegadas. O brilho da tela alcança 2,5 mil nits, e a câmera principal possui 48 MP. A bateria tem 5,1 mil mAh de capacidade.
A volta da Huawei ao mercado brasileiro marca um novo capítulo na competição no setor de celulares, que já é movimentado com marcas como Samsung, Apple e Motorola, além de outras marcas asiáticas como Oppo, Realme, Jovi e Xiaomi. Os dois modelos da Huawei estão aguardando a homologação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e devem estar disponíveis em lojas físicas e online após a aprovação.