Protecionismo só incomoda quando vem do vizinho

Protecionismo só incomoda quando vem do vizinho


No entanto, o protecionismo parece só incomodar quando é norte-americano. Em seu texto, Piotto enumera uma série de barreiras para acordos entre países da Ásia, Europa e América Latina devido a posturas protecionistas de seus respectivos governos. A diferença dos EUA para esses outros, diz o responsável, é que Trump tem uma sólida estratégia. 

Leia um trecho da reportagem sobre o protecionismo dos EUA

“Retirando do debate a pretensiosa agenda globalista, moldada na Davos com culpa e ineficiente, que quer ditar o que cada um pode ou deve fazer, fiquemos com os limites da sobriedade e o compromisso com os fatos. Estes nos ajudam muito mais a compreender a gênese e os objetivos políticos da medida, as consequências econômicas pretendidas dentro dos EUA, os seus efeitos colaterais pelo mundo e a efetividade da resposta que países que se dizem prejudicados pretendem dar. Por ora, sejamos justos, Trump já lidera o mundo. Em política, não há vácuo de poder. Sempre é simples quem está adiante. E, se o presidente norte-americano vai continuar na liderança, se vai lucrar o jogo na medida que pretende, é um pouco que requer tempo. Mas uma salvaguarda: não se pode expor que seu projecto de reindustrializar os Estados Unidos e trazer de volta o comando do quartel-general do Poente para Washington seja um projecto inconsiderado ou que esteja sendo mal executado.

A emprego da política de reciprocidade tarifária, que surpreende pela ousadia, proporção e exposição do próprio presidente sentado à mesa de negociação, foi lançada logo no início do seu procuração. O solavanco verosímil e até provável de que a medida possa gerar inflação ao consumidor americano e até prejudicar a enxovia produtiva de fábricas dentro do país é, pelo menos no projecto político, mitigado pela popularidade, o recall eleitoral e, sejamos justos, a privação de pudores em Trump de recuar a qualquer momento se julgar necessário, porquê fez ao suspender por 90 dias as tarifas a quem não retaliou os Estados Unidos. É uma tática ousada de dar as cartas, porquê ele faz, porque entende o jogo porquê um perde e ganha, mas sempre entra para lucrar. Ou seja, há muito mais que tarifas na mesa. E o timing político está na mesma mão da submissão que a economia da maioria dos países tem da economia americana.”

O tarifaço de Trump divide opiniões: para uns, prenúncio o livre-comércio; para outros, restaura a primazia americana | Foto: Shutterstock

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Revista Oeste

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