Prefeito de BH critica Itamaraty por omissão durante crise em Israel

Prefeito de BH critica Itamaraty por omissão durante crise em Israel

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, do União Brasil, retornou ao Brasil após interromper sua missão oficial em Israel devido à escalada do conflito entre Israel e Irã. Em entrevista à imprensa, Damião criticou o Ministério das Relações Exteriores, afirmando que não recebeu nenhuma ligação deles, mas sim de personalidades políticas como Gleisi Hoffmann, Rodrigo Pacheco e Carlos Viana.

Damião deixou um conselho ao Itamaraty: “Resolvam rápido a situação dos brasileiros que ainda estão lá. Façam seu trabalho. Apenas isso.” A situação se agravou no fim de semana quando o Itamaraty publicou uma nota oficial afirmado que a missão brasileira ocorreu “em desacordo com as recomendações consulares”, o que irritou os integrantes da delegação.

O prefeito rejeitou a acusação de imprudência, afirmando que “ninguém foi a passeio” e que, se soubessem da guerra, não teriam ido. Ele destacou que a missão tinha caráter institucional e técnico, com o objetivo de buscar experiências em segurança pública, tecnologia e gestão urbana.

A missão começou dias antes do ataque inédito promovido pelo Irã contra o território israelense, e a tensão aumentou de forma drástica. Por isso, o grupo passou a buscar formas seguras de deixar o país. Na madrugada da terça-feira 17, Damião embarcou de Tel-Aviv para a Arábia Saudita, em um voo fretado pelo deputado federal Mersinho Lucena.

A missão reuniu 41 pessoas, incluindo prefeitos, secretários municipais e o governador de Rondônia, Marcos Rocha. Além disso, a delegação contou com representantes de várias regiões do país, como Belo Horizonte, João Pessoa, Nova Friburgo, Goiânia e Divinópolis.

A agenda oficial previa visitas a centros de tecnologia, reuniões sobre segurança pública e encontros com autoridades locais, mas diante do conflito, todos os compromissos foram cancelados. Como resultado, os integrantes precisaram reorganizar a logística da volta.

O posicionamento do Itamaraty provocou críticas no Congresso Nacional, com parlamentares ligados ao grupo Brasil-Israel se manifestando e afirmando que a nota oficial do governo colocou os integrantes da missão em risco, ao invés de prestar auxílio, o Itamaraty agiu de forma precipitada e negligente.

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