A Nvidia voltou a ser a empresa mais valiosa do mundo, atingindo um valor de mercado de US$ 3,446 trilhões na última terça-feira. Isso a coloca acima da Microsoft e da Apple, tornando-se a maior empresa da cena tecnológica.
Esse forte desempenho da companhia reflete a crescente demanda por soluções de inteligência artificial, infraestrutura de centros de dados e chips avançados, áreas em que a Nvidia se destaca como protagonista da revolução tecnológica atual.
Em meio às incertezas provocadas pela política tarifária do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, as ações da Nvidia subiram 24% no último mês. No entanto, a guerra comercial também afetou os resultados financeiros da empresa.
No primeiro trimestre de seu exercício fiscal, a Nvidia registrou um lucro líquido de US$ 18,8 bilhões, um aumento anual de 26%. A fabricante de semicondutores adicionou US$ 157 bilhões ao seu valor de mercado em 2025.
A Microsoft, agora segunda colocada, também cresceu, enquanto a Apple regrediu. A empresa de Bill Gates acumula US$ 3,44 trilhões, diante de ganhos de US$ 307 bilhões, enquanto a fabricante do iPhone soma US$ 3,03 trilhões, após registrar US$ 749 bilhões em perdas.
“A liderança entre a Nvidia e a Microsoft alternou durante o ano, com a Nvidia atingindo picos e quedas, mas retomando força e consolidando-se em junho”, analisa a consultoria Elos Ayta em comentário para a agência Reuters.
A Nvidia fabrica os chips usados no treinamento de modelos de inteligência artificial, como o ChatGPT. Seus clientes incluem grandes empresas como a Microsoft, o Google, a Amazon, a Meta e o Spotify.
Antes da inteligência artificial, a Nvidia focava em placas de vídeo, segmento no qual conquistou reconhecimento global. O diferencial da companhia está na produção e domínio das Unidades de Processamento Gráfico (GPUs), os chips mais usados no treinamento de IA.
O avanço da IA generativa, impulsionado pelo lançamento do ChatGPT, acelerou a demanda por esses chips e alavancou o crescimento da empresa.
As tarifas de Trump impactaram o desempenho da Nvidia. No primeiro trimestre fiscal, o lucro por ação ajustado foi de US$ 0,96, acima dos US$ 0,89 esperados pelo consenso da empresa de serviços financeiros FactSet. A receita foi de US$ 44,1 bilhões, alta de 69% em um ano. Já a receita de centros de dados ficou um pouco abaixo das expectativas.
Mesmo com o impacto das restrições impostas pelos EUA à exportação de chips para a China, que foram posteriormente revogadas por Trump, a medida rendeu à Nvidia um encargo excepcional de US$ 4,5 bilhões, abaixo dos US$ 5,5 bilhões projetados.
A empresa superou as expectativas de vendas no primeiro trimestre, mas estima uma receita menor para o segundo trimestre. A previsão é de um impacto de US$ 8 bilhões nas vendas, devido às restrições às exportações.
