A rede social X, recentemente adquirida pelo empresário Elon Musk, pode lançar, ainda no atual ano, seus próprios cartões de débito e crédito. Esta informação foi divulgada pela CEO da plataforma, Linda Yaccarino, durante uma entrevista ao jornal britânico Financial Times na quinta-feira, 19.
De acordo com Yaccarino, os usuários poderão realizar investimentos e transações financeiras diretamente através da plataforma X, em breve, como parte da estratégia de Musk para transformar o aplicativo em uma plataforma multifuncional. “Você poderá entrar no X e gerenciar toda a sua vida financeira pela plataforma”, declarou. “E isso significa que posso te pagar pela pizza que dividimos ontem à noite ou fazer um investimento ou uma transação. Esse é o futuro.”
Além disso, a empresa está avaliando a possibilidade de lançar um cartão de crédito ou débito com sua marca ainda em 2025, o que integra o esforço de Musk em transformar o X em uma plataforma semelhante ao WeChat, da China, que oferece serviços de mensagens, pagamentos e compras em um único ambiente digital.
Uma das primeiras novidades é o X Money, uma carteira digital que permitirá pagamentos entre usuários e terá parceria inicial com a bandeira Visa. De acordo com Yaccarino, a ferramenta permitirá que os usuários armazenem valores, comprem produtos ou deixem gorjetas para criadores de conteúdo.
No entanto, essa expansão também implica desafios regulatórios, incluindo exigências relacionadas a licenças e normas contra a lavagem de dinheiro. Desde a aquisição da plataforma por Musk em 2022, por US$ 44 bilhões, o X enfrentou dificuldades financeiras, agravadas pela saída de grandes anunciantes.
O relacionamento entre a direção do X e os anunciantes continua tenso, com Yaccarino negando acusações de que a empresa teria ameaçado marcas com ações judiciais caso não comprassem anúncios. A empresa também entrou com uma ação antitruste nos Estados Unidos contra a Global Alliance for Responsible Media, uma coalizão de marcas e agências de publicidade.
Apesar disso, Yaccarino afirmou que 96% dos anunciantes ativos antes da aquisição voltaram a anunciar no X e que a empresa deve atingir os níveis de receita publicitária de 2022 “muito em breve”. No entanto, alguns empresários expressaram dúvidas sobre a capacidade da empresa de alcançar essa meta tão rapidamente.