Lula é vaiado na abertura da Marcha dos Prefeitos

Lula é vaiado na abertura da Marcha dos Prefeitos

O presidente Lula da Silva enfrentou vaias de prefeitos de todo o país durante a abertura da 26ª Marcha dos Prefeitos, realizada ontem, terça-feira, 20, em Brasília. Essa reação repete o cenário do ano passado, quando gestores municipais demonstraram insatisfação com o governo federal. Diferentemente do ano anterior, Lula não respondeu às manifestações e manteve o discurso conforme previsto.

A Marcha dos Prefeitos, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), reúne anualmente milhares de prefeitos, vereadores, secretários e gestores públicos. A edição de 2025 ocorrerá até quinta-feira, 22, e aborda temas como federalismo climático, segurança pública, emendas parlamentares, saúde e educação.

Entre as principais pautas apresentadas pelos prefeitos está a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 66, que tramita no Congresso. Essa proposta estabelece regras para o pagamento de precatórios pelas prefeituras e sinaliza a reabertura de prazos para a quitação de dívidas com os regimes próprios de previdência social. Os gestores esperam que a medida alivie a pressão fiscal sobre os municípios.

Em 2024, as vaias a Lula ocorreram em meio a reivindicações pela desoneração da folha de pagamento dos municípios. O tema permanece sensível entre os prefeitos.

A abertura da Marcha contou com a presença de ministros do governo e dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Em seu discurso, Motta afirmou que a PEC 66 está no radar do Legislativo e reforçou o compromisso do Congresso com o fortalecimento do municipalismo.

Antes da fala de Lula, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, subiu ao palco e cobrou maior atenção do Planalto às demandas das prefeituras. Ele criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que limitou o uso de emendas parlamentares, e sugere que o presidente “abrisse os olhos” diante da insatisfação generalizada dos gestores locais.

Ziulkoski destacou que o envio de emendas parlamentares é essencial para os municípios, já que os recursos são destinados por deputados federais diretamente às suas bases. Segundo ele, os cortes e os entraves impostos pelo STF comprometem investimentos em áreas essenciais, como saúde, infraestrutura e assistência social.

A CNM utiliza a Marcha como espaço de pressão institucional para garantir maior autonomia financeira aos municípios e ampliar sua capacidade de execução de políticas públicas.

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