Um novo estudo revelou que modelos de inteligência artificial (IA) têm capacidade de superar especialistas humanos em resolver problemas complexos na área da virologia. A pesquisa, iniciada em maio do ano passado, destacou a IA OpenAI como a mais precisa, alcançando 43,8% de acertos. Esses resultados superaram 94% dos virologistas especialistas envolvidos no estudo, que obtiveram uma média de apenas 22% de precisão.
O estudo foi coordenado por um grupo de instituições renomadas, incluindo o Center for AI Safety, o MIT Media Lab, a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a SecureBio, uma organização sem fins lucrativos focada em prevenir danos biológicos e futuras pandemias.
Durante o teste, quase 60 especialistas em virologia participaram, todos com altos padrões acadêmicos na área. A prova consistiu em 322 questões multimodais que combinavam texto e imagem, exigindo um alto nível de compreensão e análise dos participantes.
Segundo Pedro Medeiros, mestre em biossistemas e bioinformática da UFABC e SecureBio, a pesquisa gerou debates sobre a capacidade das IAs em responder perguntas e se isso é um indicativo confiável de suas habilidades gerais. “Existe uma discussão: será que responder perguntas é um bom indicativo das capacidades dessas IAs?”, afirmou Medeiros. “O fato é que elas respondem melhor do que os especialistas.”
O desempenho superior da IA no teste ilustra os avanços tecnológicos, mas também levanta questões sobre o papel dessas tecnologias no futuro da pesquisa científica. O alto índice de acertos da OpenAI destaca o potencial dessas ferramentas para complementar e, até mesmo, superar o conhecimento humano em áreas específicas.
“Com esse conhecimento, elas conseguem se autorregular e facilitar o diálogo com a sociedade, limitando os danos possíveis”, afirmou Medeiros.
Os resultados indicam um caminho promissor para o uso de inteligências artificiais. Com a contínua evolução da tecnologia, os pesquisadores expressam otimismo sobre as possibilidades de aplicação prática que podem emergir. As IAs podem se tornar parceiras valiosas na pesquisa e resolução de problemas antes considerados exclusivamente humanos.
No entanto, o estudo destaca a necessidade de um desenvolvimento cuidadoso e ético dessas tecnologias. É essencial que as IAs sejam seguras e confiáveis para evitar potenciais riscos associados ao seu uso, especialmente em áreas sensíveis como a virologia.