As recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA) a 185 países trouxeram desafios significativos ao Brasil. Para o economista Carlos Eduardo Oliveira Jr., presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo, o governo precisa estar sengo à possibilidade das medidas aumentarem o desemprego e reduzirem a renda no país.
“O dólar supino encarece insumos, pressiona a inflação e inibe investimentos, gerando desemprego”, afirma Oliveira a Oeste.
Segundo ele, será fundamental que o governo adote iniciativas para mitigar os efeitos dessas tarifas, porquê fortalecer a indústria pátrio, variar os mercados externos, ampliar acordos comerciais, qualificar a mão de obra e estimular a produção lugar por meio de crédito e incentivos.
Em relação ao negócio exterior, Oliveira defende que o governo elabore estratégias para proteger as exportações, diante da tendência de aumento nos custos de produção em alguns setores.
Entre as soluções sugeridas estão o reforço de acordos com países emergentes, o base aos exportadores com crédito e subsídios e, se necessário, a reação às medidas unilaterais na Organização Mundial do Negócio (OMC). Segundo o economista, entretanto, o governo ainda não tem atuado de maneira satisfatória nesse sentido.
“Hoje, a resposta do governo tem sido tímida e reativa.”
Porquê a medida é recente, os efeitos concretos ainda são incertos — e tendem a ser paradoxais. A instabilidade no mercado afasta investidores e valoriza o dólar, o que favorece os exportadores. No entanto, a própria elevação das tarifas encarece as exportações brasileiras aos EUA — que seguem sendo um mercado importante, mormente para setores porquê aço, alumínio, petróleo e ferro.
“O dólar valorizado melhora a competitividade das exportações, mas encarece a produção”, observa Oliveira. “O protecionismo dos EUA pode desencadear guerras comerciais, cujos impactos tendem a provocar mudanças nas cadeias globais e aumentar a concorrência entre países emergentes.”
Repercussões da subida das tarifas dos EUA para o governo
O governo brasileiro, que ainda lida com um ressaltado déficit público, teria de atuar em duas frentes. No projecto interno, afirma o economista, será preciso manter o consumo em níveis adequados, por meio de uma política monetária que combata custos, desoneração de setores essenciais e manutenção de estoques reguladores para evitar choques de oferta.
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“O dólar supino pressiona os preços e reduz o poder de compra, afetando principalmente os mais pobres.”
Já no projecto extrínseco, mesmo com as tarifas adicionais para o Brasil estando em torno de 10% — um aumento que não está entre os mais elevados na média global —, o governo ainda não tem reagido de forma eficiente, segundo Oliveira.