Verónica Ojeda, ex-namorada de Diego Maradona, afirmou que o ídolo do futebol prateado foi “sequestrado” meses antes de morrer. Ela depôs nesta terça-feira, 8, no julgamento de sete profissionais de saúde acusados de negligência.
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, por edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca, enquanto se recuperava em moradia de uma neurocirurgia. O Ministério Público prateado acusa médicos, enfermeiros, um psiquiatra e um psicólogo de homicídio simples com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
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A próxima audiência será nesta quinta-feira 10, com o testemunho dos médicos que o atenderam antes da internação.
“Sabia que estavam sequestrando ele, tinha pavor de tudo”, relatou Ojeda. “Aliás, toda vez que eu saía, ele me pedia para eu o levasse.” Ela é mãe do fruto mais novo do jogador.

Ojeda criticou pessoas do entorno de Maradona e citou dois dos réus: o médico Luciano Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov. “Eles mentiram na rosto de todos nós, para toda a família”, afirmou.
Internação de Maradona em moradia não seguiu recomendações
Ainda de tratado com a ex-namorada de Maradona, os médicos recomendaram a internação em moradia com estrutura semelhante à de um hospital, o que não foi cumprido. Outras testemunhas disseram que não havia equipamentos médicos no sítio.
Ojeda contou que viu Maradona dois dias antes da morte e que ele estava em más condições. “Onde Diego estava, havia cheiro de xixi e cocô”, disse. “Logo, naquele dia, eu disse para ele tomar banho e se barbear, porque não era evidente ele permanecer daquele jeito.”
Também depôs o médico Mario Schiter, que tratou Maradona em Cuba e participou da necropsia. Ele afirmou que o ex-jogador tinha insuficiência cardíaca latente e não seguia o tratamento indicado.
Segundo Schiter, havia muitos riscos na internação domiciliar. A situação, de tratado com ele, exigia equipamentos porquê desfibrilador e oxigênio.
O julgamento segue até julho. Os réus podem pegar entre oito e 25 anos de prisão.