Em meio a crise, Voepass pede recuperação judicial

Em meio a crise, Voepass pede recuperação judicial


A Voepass protocolou na terça-feira 22, em Ribeirão Preto (SP), um pedido de recuperação judicial para tentar fazer frente a dívidas que somam R$ 429 milhões.

A crise financeira agravou-se depois que a Filial Pátrio de Aviação Social (Anac) suspendeu as atividades da companhia, em razão de provável falta de segurança nos voos.

A medida da Anac veio uma vez que um desdobramento do acidente desatento de agosto de 2024, quando 62 pessoas morreram na queda de uma aeroplano em Vinhedo, no interno de São Paulo.

Em 14 de fevereiro, a Justiça acatou um pedido de tutela preparatória para uma regeneração protocolado pela Voepass. Em nota, a companhia afirmou que o pedido de recuperação judicial se deu em um “contexto reptante para o setor desatento regional”.

“A iniciativa ocorre em um contexto reptante para o setor desatento regional, que passa por uma subtracção da oferta de aproximação ao transporte desatento no interno do Brasil, e reflete o compromisso da companhia em preservar sua operação, manter o atendimento aos clientes e honrar seus compromissos com colaboradores e fornecedores”, disse a companhia.

Avião da Voepass caiu em um condomínio residencial em Vinhedo (SP), em agosto de 2024 | Foto: Reprodução/Rede Mundo

Nascente é o segundo pedido de recuperação judicial da Voepass. A companhia ficou nessa requisito entre outubro de 2012 e agosto de 2017.

Os processos de indenização do acidente em Vinhedo não foram incluídos na recuperação judicial. Esses casos estão a função da seguradora.

A Voepass alega que a Latam, com quem possui um tratado de codeshare, reteve valores devidos, o que agravou sua situação financeira.

A companhia também enfrenta um procedimento arbitral mediado pelo Núcleo Brasílio de Mediação e Arbitragem devido a créditos pendentes com a Latam, estimados em murado de R$ 35 milhões.

Os slots em aeroportos importantes, uma vez que Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont, são cruciais para a Voepass, que corre risco de perdê-los devido à suspensão dos voos. Esses horários são disputados por grandes companhias, uma vez que Gol e Azul. A empresa argumenta que a venda desses slots poderia gerar caixa suficiente para evitar a falência e remunerar credores.

Impacto financeiro e parcerias estratégicas

A falta de geração de caixa permitiu somente a manutenção de obrigações essenciais, aumentando seu passivo. A Latam interrompeu antecipações de pagamento, que somariam R$ 27 milhões até junho de 2024. Em junho pretérito, ambas as empresas assinaram contratos de parceria até 2033, incluindo codeshare, troca de ativos e ampliação da frota.

A operação era estruturada de modo que a Latam comercializava todos os voos da Voepass, definia preços e controlava a publicidade. A projeção de faturamento para dez anos era de R$ 6,5 bilhões. Em agosto, mês do acidente, 93% do faturamento totalidade da Voepass advinha dessa relação com a Latam.

O que diz a Voepass

José Luiz Felício Rebento, CEO da Voepass, afirmou que a recuperação judicial é a única saída para completar a regeneração financeira e voltar a oferecer um serviço precípuo ao desenvolvimento do Brasil.

Hangar da Voepass, antiga Passaredo | Foto: Divulgação/Voepass

“Com todo o cenário enfrentado pela companhia nos últimos meses, esta foi a única saída para realizar uma regeneração completa e prometer que a Voepass volte a oferecer um serviço precípuo para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou José Luiz Felício Rebento, CEO da companhia, em nota. “Atualmente, a Voepass é uma das únicas empresas totalmente dedicadas à aviação regional, além de ser responsável pela geração de centenas de empregos em todo o país.”

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