O descontrole das contas públicas associado à instabilidade jurídica que tomou conta do Brasil produz algumas consequências comprometedoras principalmente ao desenvolvimento econômico. Entre elas está o fluxo cambial. Para ter uma teoria do impacto da instabilidade político-econômica do país, o Brasil registrou a maior fuga de dólares de sua história no primeiro trimestre de 2025.
No totalidade, foram US$ 15,8 bilhões que deixaram o país entre janeiro e março. O valor é maior, por exemplo, que o volume registrado durante o momento mais agudo da pandemia de covid-19, em 2020, conforme apuração do Banco Médio.
Somente em março, Brasil perde US$ 8,3 bi
Aliás, antes do saldo deste mês, o recorde anterior ocorreu no primeiro trimestre de 1999, quando US$ 13,7 bilhões saíram do país. Somente em março deste ano, a fuga da moeda norte-americana totalizou US$ 8,3 bilhões. Oriente também é o maior valor mensal que a domínio monetária registrou desde o início da série histórica em 1982. O recorde anterior para o mesmo mês ocorreu em março de 2020 (US$ 6,6 bilhões)
No reunido do trimestre, as retiradas somaram US$ 23,1 bilhões pelo meato financeiro e entraram US$ 7,3 bilhões pelo segmento mercantil, resultando no fluxo cambial negativo. Já em março, a saída decorreu de uma retirada de US$ 12,8 bilhões da conta financeira e um saldo positivo de US$ 4,5 bilhões na conta mercantil.
Conforme analistas de mercado, o perfil desse fluxo cambial deriva de incertezas quanto a questões internas, uma vez que o descontrole fiscal e a instabilidade jurídica, além da política dos Estados Unidos em relação negócio internacional. Em março, o mercado ainda aguardava o proclamação do presidente Donald Trump sobre as tarifas recíprocas, que só foram anunciadas no dia 2 de abril.
O levantamento do Banco Médio não considera os contratos de câmbio entre bancos, assim uma vez que intervenções e operações externas do BC. A conta mercantil exclui os seguintes itens:
- Exportação de mercadorias;
- Importação de mercadorias;
- Operações back-to-back;
- Encomendas internacionais;
- Ajustes em transações comerciais;
- Obtenção de mercadorias entregues no país;
- Obtenção de mercadorias entregues no exterior.