Apesar de pressão dos EUA, Brasil incorpora IA da China

Apesar de pressão dos EUA, Brasil incorpora IA da China

O impasse entre a China e os Estados Unidos sobre o uso global de chips de inteligência artificial da Huawei ganhou novo capítulo, após as recentes ameaças do governo de Donald Trump. O Ministério do Comércio chinês reagiu publicamente por quatro vezes e pressionou Washington a retirar a expressão “em qualquer lugar do mundo” das advertências contra parceiros da empresa de inteligência artificial (IA).

Apesar da alteração no tom, o cerco norte-americano à expansão internacional da fabricante chinesa permanece. Nesse cenário, o Brasil figura entre os principais destinos dessa estratégia de crescimento e incorporou a inteligência artificial da China.

Durante uma visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o interesse nacional em inteligência artificial. Em Pequim, ele afirmou que “a nossa relação com a China é estratégica”. “A gente quer inteligência artificial”, disse Lula. “A gente quer tudo o que eles podem compartilhar conosco.”

## Acordos entre Brasil e China sobre IA

Lula e o líder chinês, Xi Jinping, anunciaram um acordo entre a Dataprev, estatal de tecnologia brasileira, e a Sparkoo, plataforma de nuvem da Huawei. O objetivo é desenvolver infraestrutura e serviços para apoiar a criação da Infraestrutura Nacional de Dados de Inteligência Artificial.

Segundo o presidente petista, a parceria representa um dos primeiros resultados das sinergias entre o Novo PAC, Nova Indústria Brasil e a Iniciativa Cinturão e Rota desde o ano passado.

O Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre Dataprev e Huawei, será essencial para o desenvolvimento de aplicações em agricultura, saúde, segurança pública e mobilidade, prometeu Lula.

A Huawei deverá transferir tecnologia de IA para os setores que Lula destacou e adaptar ao português o modelo de IA Pangu, que é usado em celulares chineses desde dois anos atrás.

O acordo não detalha se haverá fornecimento de chips de IA, mas contempla cooperativa em infraestrutura e na parceria em criação de conjuntos de dados de alta qualidade para inteligência artificial. Outra frente, ainda em negociação, prevê um “hospital inteligente” com IA no Hospital das Clínicas de São Paulo.

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